Liam
POV
Já faziam 1 mês que
ela estava ali, naquela cama de hospital, totalmente imobilizada, com aparelhos
respiratórios e tudo mais. O skate ficou totalmente despedaçado, partido ao
meio. Nunca imaginei que skate fosse tão fatal, mesmo tendo 5 anos que eu ando
naquilo.
Eu fiquei o mês
inteiro lá com ela, semana por semana, os outros meninos vieram falar com ela,
e nisso a gente se uniu bem mais um ao outro, já que nós éramos muito apegados
nela. Ela realmente fazia falta. Eu assisti Toy Story aqui, dei altas
gargalhadas, mas ela nada de acordar!
A mãe dela ficou
sabendo, mas não pode vir visita – lá. Não sei por que, eu iria visitar minha
filha em outro país se estivesse acontecido isso com ela, mas tudo bem. Ela tem
aos amigos.
Tipo, Zain quando
vem visitar ela, ele sempre pega no local aonde ele a agrediu acidentalmente, e
beija, pede desculpas, pede pra ela apertar sua mão, pede pra ela não ir, pede
pra ela ficar.
O Harry quando vem
aqui, ele olha pro rosto dessa menina, como se ela fosse irmã, mãe e filha dele
ao mesmo tempo. Ele arruma o cabelo dela, fica fazendo carinho nela. Uma vez eu
olhei pelo vitror, e ele estava contando piadas pra ela e rindo sozinho.
O Niall quando vem
aqui, vou te contar! Ele pega a mão dela, olha pro pulso cheio de cicatrizes e
beija, fala um monte de coisas pra ela, que eu não sei o que é... mas ele pede
pra ela apertar a sua mão, e inúmeras vezes ele saiu desse quarto decepcionado
por ela não dá nem sinal de vida, o Niall de todos nós, é o que mais chora.
E eu... eu acho que
além de um amigo eu me sinto um irmão pra ela, no lugar de um pai que ela nunca
teve. Eu me sentia na obrigação de defender essa menina, como eu nunca senti
isso por ninguém... Ela era incrível, insuportavelmente meiga, mas não era
ingênua... ela se mostrava uma menina inocente, mas quem olhasse nos olhos dela
iriam ver que na verdade, ela era apenas uma garota, com sentimentos magoados e
que com inúmeras vezes que a vida a derrubou, ela tentava ser forte a cada
segundo que passava, a cada vez que ela piscava... ela nunca me disse, mas eu
sei que ela chorava escondido, se cortava, era essa sua única maneira de ser
forte... mas na frente dos amigos, ela brincava, era alegremente feliz, e não
se importava com a opinião de ninguém.
– Eae brow! – Niall
disse entrando olhando para baixo com um ar de desânimo.
– Eae mano, beleza?
– Eu não estava rindo, eu apenas sorri.
– Fora tudo isso
que está acontecendo, eu estou bem sim. – Niall se sentou.
– Você acha que ela
acorda? – Eu perguntei.
– Claro! Ela é
forte! – Niall disse com tom de certeza.
– Tá certo! Cara,
eu vou ali. Eu sei que nós estamos cheio de coisas para fazer, mas eu preciso.
– Eu disse pro Niall.
– Tudo bem cara, eu
fico aqui com ela. – Niall disse pegando na mão de Christen.
Eu saí do hospital,
aquele lugar me dava agonia. Eu estava andando pela rua, e lembrei de quando a
Christen pulou o muro da escola, bom já fazia um mês que eu não ia mais pra
escola, um mês também que Christen estava internada. Eu resolvi voltar na
escola, que como hoje, domingo, não tinha aula, eu fui lá perto dos banquinhos
que nós estávamos sentados da última vez, Harry disse que ela tinha pulado o
muro. Eu olhei pro arame que tinha no muro e vi uma coisa dourada brilhante, eu
peguei e era uma pulseira, escrito “Christen.” Milagre foi ninguém ter pegado.
Eu andava com essa
pulseira na mão, olhando cada detalhe, e quando de repente, alguém passa e toma
da minha mão! Foi tão rápido que eu só vi o vulto. Eu corri pra frente da
escola, olhei pro lado e pro outro e não vi mais ninguém, e não tinha ninguém,
ninguém mesmo na rua, só a brisa, o céu totalmente fechado e o barulho do
vento.
Eu andei mais um
pouco, olhando pras árvores, lembrando de quando a Christen caiu, de quando o
skate dela sumiu, de quando ela saiu toda cheia de barro.
Então eu resolvi ir
até a montanha que eu selei a promessa com a Christen. Antes eu passei em casa
e peguei o meu caderno de música pra escrever. Na subida ao topo da montanha,
eu comecei a pensar que se ela se fosse, ela não tinha vivido enquanto era jovem,
ela não tinha aproveitado metade da vida dela, então pensando nisso eu já sabia
das frases da música... E resolvi nomeá-la como Live While We Are Young. Acho
que os meninos irão gostar... Temos que viver a vida enquanto somos jovens.
Eu levantei pra
sair dali, desci a montanha e fui andando normalmente pra casa, mas eu ainda
fiquei pensando: “Quem roubaria uma pulseira? E pra que roubaria? Para
descobrir algo? Pra fazer algum tipo de exame digital?? Mas por que..."
A pulseira deveria
ser preciosa pra ela, por que só foi ela tirar do braço aconteceu esse
acidente... Mas quem era aquela pessoa??? Por que ela tomaria da minha mão logo
uma pulseira, irreconhecível que nem sabe de quem pertence! E mesmo se
soubesse, essa pulseira ficou um mês e alguns dias presa em um arame, mas por
que isso? Eu não descubro agora por que tenho que mostrar essa música pros
meninos imediatamente se eu quiser que essa música vá para o segundo disco.
Niall
POV
Mas por quê? Ela
estava tão feliz! Logo agora que nós estávamos nos conhecendo melhor... Bom de
todo jeito, agora ela estava ali, deitada naquela cama horrível de hospital,
cheia de tubos e respirando pelos aparelhos, engraçado que eu nunca acreditava
quando minha mãe dizia que o skate poderia ser fatal.
Mas com o vento
ultrapassando aquelas cortinas brancas e finas, o céu escurecido, eu me
aconcheguei na poltrona e dormi...
24
de Novembro de 2008, Mullingar, Irlânda...
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