terça-feira, 16 de outubro de 2012


Capítulo 16 - Céu Fechado


Liam POV
Já faziam 1 mês que ela estava ali, naquela cama de hospital, totalmente imobilizada, com aparelhos respiratórios e tudo mais. O skate ficou totalmente despedaçado, partido ao meio. Nunca imaginei que skate fosse tão fatal, mesmo tendo 5 anos que eu ando naquilo.
Eu fiquei o mês inteiro lá com ela, semana por semana, os outros meninos vieram falar com ela, e nisso a gente se uniu bem mais um ao outro, já que nós éramos muito apegados nela. Ela realmente fazia falta. Eu assisti Toy Story aqui, dei altas gargalhadas, mas ela nada de acordar!
A mãe dela ficou sabendo, mas não pode vir visita – lá. Não sei por que, eu iria visitar minha filha em outro país se estivesse acontecido isso com ela, mas tudo bem. Ela tem aos amigos.
Tipo, Zain quando vem visitar ela, ele sempre pega no local aonde ele a agrediu acidentalmente, e beija, pede desculpas, pede pra ela apertar sua mão, pede pra ela não ir, pede pra ela ficar.
O Harry quando vem aqui, ele olha pro rosto dessa menina, como se ela fosse irmã, mãe e filha dele ao mesmo tempo. Ele arruma o cabelo dela, fica fazendo carinho nela. Uma vez eu olhei pelo vitror, e ele estava contando piadas pra ela e rindo sozinho.
O Niall quando vem aqui, vou te contar! Ele pega a mão dela, olha pro pulso cheio de cicatrizes e beija, fala um monte de coisas pra ela, que eu não sei o que é... mas ele pede pra ela apertar a sua mão, e inúmeras vezes ele saiu desse quarto decepcionado por ela não dá nem sinal de vida, o Niall de todos nós, é o que mais chora.
E eu... eu acho que além de um amigo eu me sinto um irmão pra ela, no lugar de um pai que ela nunca teve. Eu me sentia na obrigação de defender essa menina, como eu nunca senti isso por ninguém... Ela era incrível, insuportavelmente meiga, mas não era ingênua... ela se mostrava uma menina inocente, mas quem olhasse nos olhos dela iriam ver que na verdade, ela era apenas uma garota, com sentimentos magoados e que com inúmeras vezes que a vida a derrubou, ela tentava ser forte a cada segundo que passava, a cada vez que ela piscava... ela nunca me disse, mas eu sei que ela chorava escondido, se cortava, era essa sua única maneira de ser forte... mas na frente dos amigos, ela brincava, era alegremente feliz, e não se importava com a opinião de ninguém.
– Eae brow! – Niall disse entrando olhando para baixo com um ar de desânimo.
– Eae mano, beleza? – Eu não estava rindo, eu apenas sorri.
– Fora tudo isso que está acontecendo, eu estou bem sim. – Niall se sentou.
– Você acha que ela acorda? – Eu perguntei.
– Claro! Ela é forte! – Niall disse com tom de certeza.
– Tá certo! Cara, eu vou ali. Eu sei que nós estamos cheio de coisas para fazer, mas eu preciso. – Eu disse pro Niall.
– Tudo bem cara, eu fico aqui com ela. – Niall disse pegando na mão de Christen.
Eu saí do hospital, aquele lugar me dava agonia. Eu estava andando pela rua, e lembrei de quando a Christen pulou o muro da escola, bom já fazia um mês que eu não ia mais pra escola, um mês também que Christen estava internada. Eu resolvi voltar na escola, que como hoje, domingo, não tinha aula, eu fui lá perto dos banquinhos que nós estávamos sentados da última vez, Harry disse que ela tinha pulado o muro. Eu olhei pro arame que tinha no muro e vi uma coisa dourada brilhante, eu peguei e era uma pulseira, escrito “Christen.” Milagre foi ninguém ter pegado.
Eu andava com essa pulseira na mão, olhando cada detalhe, e quando de repente, alguém passa e toma da minha mão! Foi tão rápido que eu só vi o vulto. Eu corri pra frente da escola, olhei pro lado e pro outro e não vi mais ninguém, e não tinha ninguém, ninguém mesmo na rua, só a brisa, o céu totalmente fechado e o barulho do vento.
Eu andei mais um pouco, olhando pras árvores, lembrando de quando a Christen caiu, de quando o skate dela sumiu, de quando ela saiu toda cheia de barro.
Então eu resolvi ir até a montanha que eu selei a promessa com a Christen. Antes eu passei em casa e peguei o meu caderno de música pra escrever. Na subida ao topo da montanha, eu comecei a pensar que se ela se fosse, ela não tinha vivido enquanto era jovem, ela não tinha aproveitado metade da vida dela, então pensando nisso eu já sabia das frases da música... E resolvi nomeá-la como Live While We Are Young. Acho que os meninos irão gostar... Temos que viver a vida enquanto somos jovens.
Eu levantei pra sair dali, desci a montanha e fui andando normalmente pra casa, mas eu ainda fiquei pensando: “Quem roubaria uma pulseira? E pra que roubaria? Para descobrir algo? Pra fazer algum tipo de exame digital?? Mas por que..."
A pulseira deveria ser preciosa pra ela, por que só foi ela tirar do braço aconteceu esse acidente... Mas quem era aquela pessoa??? Por que ela tomaria da minha mão logo uma pulseira, irreconhecível que nem sabe de quem pertence! E mesmo se soubesse, essa pulseira ficou um mês e alguns dias presa em um arame, mas por que isso? Eu não descubro agora por que tenho que mostrar essa música pros meninos imediatamente se eu quiser que essa música vá para o segundo disco.
Niall POV
Mas por quê? Ela estava tão feliz! Logo agora que nós estávamos nos conhecendo melhor... Bom de todo jeito, agora ela estava ali, deitada naquela cama horrível de hospital, cheia de tubos e respirando pelos aparelhos, engraçado que eu nunca acreditava quando minha mãe dizia que o skate poderia ser fatal.
Mas com o vento ultrapassando aquelas cortinas brancas e finas, o céu escurecido, eu me aconcheguei na poltrona e dormi...
24 de Novembro de 2008, Mullingar, Irlânda...
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